Carros Autônomos
2019. Por que ainda não os temos?
O Cuponation realizou um levantamentos sobre os impeditivos para a nova tecnologia.
Carros sem motoristas
Carros Autônomos - 2019
Em 2013, o Google divulgou que veículos autônomos estariam nas estradas dentro de cinco anos no máximo. Seis anos se passaram desde então, e ainda não vemos esses modelos nas ruas. É evidente que as pesquisas e testes continuam, mas o carro, finalizado e completamente apto para utilização, ainda é um plano distante. Mas por quê? Foi para responder essa pergunta que o Cuponation, plataforma de descontos online pertencente à alemã Global Savings Group, realizou um levantamento sobre os principais impeditivos, especialmente no Brasil, para a efetiva conclusão da proposta.Os carros autônomos não cometem as mesmas atrocidades no trânsito realizadas por motoristas humanos. Eles não fazem ligações ou usam o celular para outras finalidades, não “dirigem” embriagados, nem qualquer atividade que seja contra a lei. Para se ter uma ideia, o levantamento de 2017 da coordenação de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal apontou que os principais motivos das mortes no trânsito daquele ano foram falta de atenção e velocidade incompatível com a permitida. Veja todas as causas no infográfico interativo.Por outro lado, a Waymo, uma das empresas que mais investe nos testes em carros sem motoristas, disponibilizou automóveis autônomos para alguns residentes de Phoenix, no Arizona (EUA), levando-os para diferentes compromissos. Durante o trajeto estava sempre disponível um motorista caso alguma adversidade aparecesse, e o detalhe é que na maioria das vezes foi necessária a intervenção do condutor.Em se tratando de adversidades para os veículos autônomos, as condições climáticas podem ser um ponto de partida. Nos Estados Unidos, os períodos de intensa neve podem atrapalhar o bom desempenho do veículo. O mesmo acontece no Brasil, onde a chuva, a neblina e mesmo o sol intenso em determinadas regiões do país podem afetar diretamente a recepção de sinais dos sensores e outros dispositivos do carro.Além do clima, existe um quesito subjetivo muito difícil de ser contornado. Segundo John Leonard, roboticista americano e professor de Engenharia Mecânica, as relações na condução de veículos envolvem aspectos tanto técnicos quanto sociais. Estes últimos demandam linguagem corporal dos motoristas, comunicação oral e até mesmo intuição. Situações como acidentes de carro e diálogos entre motoristas e pedestres, por exemplo, podem ser bastante confusas para o sistema. Muitos estudos e adaptações precisariam ser feitos com a inteligência artificial para substituir essas demandas sociais.Numa perspectiva mais econômica e até sociológica, o uso de veículos sem motoristas eliminaria do mercado cerca de quatro milhões de trabalhadores estadunidenses, de acordo com um estudo da Global Policy Solutions. Em proporções semelhantes, o desemprego afetaria também outros países incluindo o Brasil, e para sanar tal problema seria necessária uma reestruturação na economia.Por fim, a relação entre os carros autônomos e os motoristas de veículos comuns precisa ser analisada. Antes de mais nada porque os veículos sem motoristas são programados para seguirem à risca as leis de trânsito, o que significa que não ultrapassarão, por exemplo. Muitos motoristas podem tirar vantagem dessas circunstância, e nesse quadro é possível que aconteça uma segregação dos carros sem motoristas. Entretanto, esse não é o objetivo final de tantos anos de estudo.